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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Obesidade: Uma epidemia mundial

Por Andressa Burgos    

     
          Hoje vamos falar de um assunto que todos já conhecem, a obesidade!! Basta sair na rua e olhar para o lado ou até olhar para nossos familiares para ver vítimas dessa doença, que não discrimina raça, idade, classe social ou gênero. Com a comodidade trazida pelos avanços tecnológicos e a correria do dia-a-dia, cada vez mais indivíduos estão deixando de fazer exercícios físicos e de se alimentarem de forma correta. Estamos trocando a ida a pé à padaria por ir de carro, trocando nosso almoço por lanches rápidos, ricos em açucares simples e gorduras saturadas, deixando de fazer passeios de bicicleta com os amigos para ficar horas na frente da televisão nos empanturrando de biscoito recheado, chocolate, refrigerantes e salgadinhos. Como consequência a população de obesos no mundo só faz aumentar, caracterizando essa doença como uma epidemia mundial, que traz sérios problemas, causa mortes prematuras e aumenta os gastos dos governos e da população com os serviços de saúde.
          A obesidade é uma doença multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, fortemente ligada ao estilo de vida, indivíduos sedentários e com maus hábitos alimentares são mais propensos a se tornarem obesos. Além do estilo de vida,  fatores genéticos, metabólicos e fisiológicos também contribuem para o aumento de peso, que traz consigo diversas consequências maléficas para a saúde, entre elas: Hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, algumas formas de câncer, apinéia do sono, alterações menstruais, gordura hepática, hepatite gordurosa, infertilidade, síndrome do ovário policístico,artrite, risco de infarto, disfunção erétil, asma, problemas em articulações e tendões, estrtias, hiperuricemia, insuficiência renal, incontinência urinária,refluxo gastroesofágico,sudorese excessiva, varizes, dificuldade de locomoção, trombose, e muitas outras, além de consequências psicossociais, como baixa auto-estima, depressão, isolamento social e desordens alimentares.
         
Grau de obesidade


          São utilizados dois parâmetros para definir se uma pessoa é obesa ou não, sendo eles o percentual de gordura e o IMC. São considerados obesos homens com percentual de gordura acima de 20% e mulheres com percentual de gordura acima de 30%. O IMC é o índice de massa corporal,  medido pela relação entre o peso (em quilos) e a altura ao quadrado(em metros). De acordo com a OMS são considerados obesos indivíduos com IMC igual ou acima de 30kg/m² e com sobrepeso indivíduos com IMC entre 25 e 30kg/m².

Calcule seu IMC aqui

Sobrepeso25,0 - 29,9
Obesidade Grau I30,0 - 34,9
Obesidade Grau II35,0 - 39,9
Obesidade Grau III (mórbida)40,0 e acima 

OBS: Indivíduos que praticam atividades que atuam na manutenção/aumento da massa muscular devem preferencialmente usar o percentual de gordura como paramêtro para obesidade.

Obesidade mórbida e cirurgia bariátrica


           Indivíduos com o IMC igual ou acima de 40kg/m² são considerados obesos mórbidos, esse grau de obesidade resulta em incapacidade funcional, traz sérias complicações de saúde, e eleva o risco de vida. Nos casos de obesidade mórbida o tratamento que tem se mostrado mais eficaz é a cirurgia bariátrica, procedimento que visa reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida através da restrição na quantidade de alimentos ingeridos, por técnicas de redução de estômago e de esvaziamento gástrico. Por se tratar de um procedimento invasivo candidatos a esse tipo de intervenção precisam ser avaliados no pré e pós-operatório por uma equipe multidisciplinar, composta por endocrinologistas, nutricionistas, cardiologistas, pneumologistas, psiquiatras, psicólogos e cirurgiões. Essas avaliações visam descobrir a capacidade de suportar as modificações impostas pelo tratamento. São avaliados com maior cuidado candidatos que apresentam quadros de dependência ou abuso de substâncias como o álcool, que eleva o risco de pancreatite e morte após cirurgia. Esse tratamento promove a perda média de 40% do peso inicial do paciente, trazendo com essa perda de peso uma grande redução nos fatores de risco. A perda de 60% de excesso de peso após cirurgia leva a diminuição de 84% de esteatose e 75% de fibrose em pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica.
           Estudos da ABESO (Associação Brasileira Para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) comprovam a melhora na qualidade de vida, em quadros depressivos, ansiosos, alimentares e de insatisfação com a imagem corporal após a cirurgia, além de melhora em quadros de hipertensão, insuficiência cardíaca, edema, insuficiência respiratória, asma, síndrome de hipoventilação da obesidade, dislipidemia, esofagite, infertilidade, incontinência urinária, cirrose e fibrose hepática, ósteoartrite, pseudotumor cerebral, ansiedade, baixa auto-estima, entre outros.


           Sou obeso. O que devo fazer? Primeiro você precisa ter a consciência de que você não é obeso, você ESTÁ obeso, isso significa que a sua condição pode ser mudada. Com um pouco de esforço e determinação você pode vencer essa doença, que diminui os seus dias de vida, limita os seus movimentos, e afeta sua auto-estima. Não adianta dizer que sente bem assim e que gosta de comer porque tenho certeza que morto não come e é para a morte que você estará caminhando se não rever seus hábitos e mudar sua alimentação. Mais do que uma questão de estética, estamos falando de SAÚDE. Procure um nutricionista, ele criará uma dieta personalizada de acordo com as suas necessidades nutricionais e seu objetivo, além de solicitar os exames necessários para restauração ou manutenção da sua saúde, vai lhe orientar sobre quais alimentos devem ou não fazer parte da sua dieta, que hábitos você deve mudar e se a cirurgia bariátrica é indicada no seu caso.
           Mudanças drásticas não são fáceis, isso é verdade, mas nada nessa vida se ganha sem esforço, exceto peso. Não adianta de uma hora para outra querermos cortar tudo o que gostamos na nossa alimentação. Para a mudança ser definitiva ela precisa ser gradativa, temos que ir mudando os nossos hábitos e nos acostumarmos às mudanças. O processo de perda de peso é lento, mas você vai ver que cada tentação alimentar resistida vai ter valido a pena quando se olhar no espelho e ver um corpo mais esguio e saudável.

Foque naquilo em que você quer se tornar.
Tudo o que você precisa está dentro de você!
Motive-se!!!

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