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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Benefícios e malefícios do café para a saúde

Por Andressa Burgos



Quando falamos em café logo nos vem à mente aquela sensação de bem-estar, a imagem de uma xícara de café quentinho em um dia frio nos trazendo o despertar pela manhã. O café é presença constante no nosso dia-a-dia, na nossa mesa, seja em casa, no trabalho, nos momentos de lazer, nos intervalos entre as refeições, é o nosso companheiro fiel nas noites em claro de trabalho, de estudo. Quem não gosta de café? Eu não conheço ninguém que não goste, principalmente morando em um país que é o segundo maior consumidor de café do mundo e que o tem como um dos produtos base da sua economia. Ah...se eu pudesse, tempo eu tivesse e meu dinheiro desse, passaria o dia tomando café! Não tem coisa melhor, o café nos deixa mais dispostos, concentrados, alertas, melhora nossa memória, favorece a perda de gordura, são tantos benefícios, como não amar?

Um pouco de história....


O café é originário da Etiópia. Foi a Arábia a responsável pela propagação da cultura do café. Na época, o café era um produto guardado a sete chaves pelos árabes e os estrangeiros eram proibidos de se aproximar das plantações. Os primeiros grãos de café foram torrados na Pérsia, e se transformaram na bebida que hoje conhecemos. Somente no século XIV, o processo de torrefação foi desenvolvido, e finalmente a bebida adquiriu um aspecto mais parecido com o dos dias de hoje. O café só chegou ao Brasil em 1727, trazido da Guiana Francesa pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta. Da região Norte foi levado para o Maranhão, que em 1731, exportava pequena parcela para Portugal. Chegou ao Rio de Janeiro por volta de 1770, difundindo-se para São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e demais Estados produtores. Em 1825, o suprimento do mundo passou a ser feito pela América Central e do Sul e o Brasil passou a ser o maior exportador desse produto. Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado doméstico.



 Num espaço de tempo relativamente curto, o café passou a ter uma posição de produto-base da economia brasileira. O café continua a ser, até hoje, um dos produtos mais importantes para o Brasil. Atualmente o somos o maior produtor mundial de café, sendo responsável por 30% do mercado internacional de café, volume equivalente à soma da produção dos outros seis maiores países produtores. O brasileiro é o segundo maior consumidor de café no mundo. Com o crescimento das cafeterias no país, beber café se tornou hábito rotineiro.

Benefícios

O café está fortemente presente na alimentação dos brasileiros. Ele é consumido por grande parte da população e diversos são os benefícios associados a seu consumo regular. O café está relacionado à melhora do rendimento físico e intelectual, estado de alerta, melhora das funções cognitivas, entre outros. Ele possui em sua composição cafeína, diversas outras substâncias psicoativas, além de uma grande variedade de minerais, aminoácidos, lipídeos e açúcares, ele também contém ácidos clorogênicos, responsáveis por grande parte de sua atividade antioxidante, esses ácidos ainda estão associados à redução da incidência da diabetes tipo 2 e a um possível potencial antibacteriano, antiviral e antihipertensivo. Os polifenóis existentes no café previnem câncer de cólon e bexiga, e mal de Parkinson. E seus princípios ativos diminuem o LDL (colesterol ruim). O café é a fonte mais rica em cafeína. Após a ingestão oral a cafeína presente no café é rapidamente eliminada com meia-vida de quatro a seis horas. O café está associado à diminuição da gordura corporal pelo seu efeito termogênico. A sua ingestão em doses moderadas produz ótimo rendimento físico e intelectual, aumento da capacidade de concentração, mantém o indivíduo alerta, melhora as funções cognitivas (memória, linguagem, capacidade de aprendizado) e está relacionado à prevenção do Mal de Alzheimer e a melhora na circulação. Além de todos esses benefícios um estudo realizado na Universidade de Havard (Estados Unidos) e na Universidade Sydney (Austrália) constatou que a bebida ajuda a prevenir o câncer de próstata. O consumo moderado de café está estimado em 4-5 xícaras por dia.

Malefícios

Doses elevadas de café (acima de 600mg/dia) podem causar diversos problemas à saúde, dentre eles podemos citar ansiedade, nervosismo, tremores musculares, taquiacardia, zumbido, gastrite, insônia, confusão mental, etc. O excesso de cafeína pode causar ressecamento da mucosa do trato vocal, refluxo gastroesofágico, irritações laríngeas e alterações na qualidade vocal. Por ativar o sistema de alerta, a cafeína também pode diminuir a qualidade do sono, aumentando o número de despertares durante a noite. Não se deve consumir café após o almoço, pois a cafeína compete com a vitamina C e o ferro, podendo anular a absorção desses nutrientes. Estudos indicam que o consumo de mais de quatro xícaras de café/dia por gestantes pode estar associado a bebês de baixo peso, além de afetar o sistema respiratório do feto. Isso porque, acredita-se que a cafeína atravessa facilmente a barreira placentária, chegando até o bebê. É Importante ressaltar que a suspensão súbita de cafeína, mesmo que em doses moderadas pode levar à abstinência, causando naúseas, vômitos, dor de cabeça e diminuição da concentração. A cafeína presente no café também é diurética, o seu consumo em repouso acarretará uma produção maior de urina.

Volto a repetir, o segredo para se manter saudável é o EQUILÍBRIO.  

Andressa Burgos
    
Referências Bibliográficas:                    
   
MOURA, Gabriella S. ; MENDES, Síntia P.; BRASILEIRO, Marislei E. Benefícios e Malefícios relacionados ao Café: Revisão de Literatura. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line] 2010 jan-jul1(1): 1-15. Disponível em: <http://www.ceen.com.br/revista eletrônica> .

ALTIMARI, Leandro Ricardo; CYRINO, Edilson Serpeloni; ZUCAS, Sérgio Miguel; OKANO, Alexandre Hideki; BURINI, Roberto Carlos. Cafeína: ergogênico nutricional no esporte. Rev. Bras. Ciên. e Mov. 9 (3): 57-64, 2001.

KLEINER, Susan. Nutrição para o treinamento de força. 3° edição. São Paulo: Manole, 2009.

MCARDLE, William; KATCH, Frank; KATCH, Victor. Nutrição para o desporto e o exercício. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2001.

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