Por Andressa Burgos
A cafeína é o estimulante mais
usado em todo o mundo, ela aumenta o rendimento no exercício intenso e reduz a
fadiga. Definida como composto natural pertencente ao grupo das purinas, a cafeína recebe o nome de trimetilxantina e está presente em
diversas bebidas, como café, refrigerantes, energéticos, entre outros. Ela tem
meia-vida de 4-6 horas, o que significa que esse é o tempo que o organismo leva
para metabolizar metade da quantidade consumida. Estudos realizados em diversas
Universidades ao longo dos anos comprovaram o efeito ergogênico da cafeína, os tempos parciais de treinamento
melhoraram significativamente nos atletas que ingeriram cafeína quando
comparados ao tempo dos que ingeriram placebo.
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Molécula de cafeína |
Diversas teorias apontam efeitos
benéficos da cafeína quando relacionada a exercícios de alta intensidade. Uma
dessas teorias aponta que se consumida antes do exercício ela promove a
utilização das gorduras como fonte de energia, poupando as reservas de
carboidratos, levando à conservação do glicogênio
muscular e hepático, gerando um aumento de resistência e potência durante o
exercício.
De acordo com Brouns (2005), a cafeína exerce um
efeito estimulante sobre sistema nervoso central, podendo melhorar o
desempenho por influenciar os processos que determinam os estímulos do sistema
neuromotor. Ela age reduzindo a percepção das sensações relacionadas com a
fadiga muscular, fazendo com que se desperte nos atletas a impressão de que não
estão se esforçando como deveriam, que podem mais, fazendo com que eles
maximizem a força das contrações musculares e continuem se exercitando por mais
tempo.
Segundo Kleiner (2009), a cafeína estimula as glândulas adrenais a liberar epinefrina, o hormônio do “lutar ou correr”, gerando um aumento
da força e acarretando contração muscular mais forte. A cafeína também pode,
com o tempo, aumentar a força, o que obviamente gera a construção de mais massa
muscular. Uma série de estudos mostra que ela é capaz de aumentar o rendimento no exercício em 22%. Ainda segundo Kleiner, os efeitos ergogênicos da
cafeína funcionam melhor em indivíduos bem condicionados. Estudos de
laboratório supõem que doses de 3 a 6ml/kg de peso, 30 a 60 minutos antes do
exercício, beneficiam tanto o exercício de força quanto o de resistência em
indivíduos bem treinados.
Não é de conhecimento de muitos
que a cafeína inibe a absorção de tiamina
e vários minerais, como cálcio e ferro. Mulheres que tomam cafeína
regularmente (4 xícaras ou mais/ dia) e ingerem pouco cálcio (menos que 700mg/dia) estão mais sujeitas a desenvolver osteoporose
ou fragilidade óssea. Os efeitos ergogênicos nem sempre são observados em
usuários habituais, pois essas pessoas criam uma “tolerância” a cafeína,
precisando de doses mais altas para apresentar os mesmos benefícios que aparecem nos
usuários não habituais. Sua ingestão exagerada pode levar a diversos efeitos
colaterais, que em geral não costumam ser permanentes.
Café <3
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Andressa Burgos
Referências Bibliográficas:
ALTIMARI, Leandro Ricardo; CYRINO, Edilson Serpeloni; ZUCAS, Sérgio Miguel; OKANO,
Alexandre Hideki; BURINI, Roberto Carlos. Cafeína: ergogênico nutricional no
esporte. Rev. Bras. Ciên. e Mov. 9 (3): 57-64, 2001.
KLEINER, Susan. Nutrição para o treinamento de força. 3° edição. São Paulo: Manole, 2009.
MCARDLE, William; KATCH, Frank; KATCH, Victor. Nutrição para o desporto e o
exercício. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2001.
BROUNS, Fred. Fundamentos de nutrição para os desportos.
2° edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.