Por Andressa Burgos
Quando falamos em café logo nos vem à mente aquela sensação
de bem-estar, a imagem de uma xícara de café quentinho em um dia frio nos
trazendo o despertar pela manhã. O café é presença constante no nosso
dia-a-dia, na nossa mesa, seja em casa, no trabalho, nos momentos de lazer, nos
intervalos entre as refeições, é o nosso companheiro fiel nas noites em claro
de trabalho, de estudo. Quem não gosta de café? Eu não conheço ninguém que não
goste, principalmente morando em um país que é o segundo maior consumidor de
café do mundo e que o tem como um dos produtos base da sua economia. Ah...se eu
pudesse, tempo eu tivesse e meu dinheiro desse, passaria o dia tomando café! Não
tem coisa melhor, o café nos deixa mais dispostos, concentrados, alertas,
melhora nossa memória, favorece a perda de gordura, são tantos benefícios, como
não amar?
Um pouco de
história....
O café é originário da Etiópia. Foi a Arábia a responsável pela propagação da cultura do café. Na época,
o café era um produto guardado a sete chaves pelos árabes e os estrangeiros
eram proibidos de se aproximar das plantações. Os primeiros grãos de café foram
torrados na Pérsia, e se
transformaram na bebida que hoje conhecemos. Somente no século XIV, o processo de
torrefação foi desenvolvido, e finalmente a bebida adquiriu um aspecto mais
parecido com o dos dias de hoje. O café só chegou ao Brasil em 1727, trazido da Guiana Francesa pelo Sargento-Mor
Francisco de Mello Palheta. Da região Norte foi levado para o Maranhão, que em
1731, exportava pequena parcela para Portugal. Chegou ao Rio de Janeiro por
volta de 1770, difundindo-se para São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo,
Paraná e demais Estados produtores. Em 1825, o suprimento do mundo passou a ser
feito pela América Central e do Sul e o Brasil passou a ser o maior exportador
desse produto. Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado doméstico.
Num espaço de tempo relativamente curto, o
café passou a ter uma posição de produto-base
da economia brasileira. O café continua a ser, até hoje, um dos produtos
mais importantes para o Brasil. Atualmente o somos o maior produtor mundial de café,
sendo responsável por 30% do mercado internacional de café, volume equivalente
à soma da produção dos outros seis maiores países produtores. O brasileiro é o segundo maior consumidor
de café no mundo. Com o crescimento das cafeterias no país, beber café se
tornou hábito rotineiro.
Benefícios
O café está fortemente
presente na alimentação dos brasileiros. Ele é consumido por grande parte da
população e diversos são os benefícios associados a seu consumo regular. O café
está relacionado à melhora do rendimento físico e intelectual, estado de
alerta, melhora das funções cognitivas, entre outros. Ele possui em sua
composição cafeína, diversas outras substâncias psicoativas, além de uma grande
variedade de minerais, aminoácidos, lipídeos e açúcares, ele também contém ácidos clorogênicos, responsáveis por
grande parte de sua atividade antioxidante, esses ácidos ainda estão associados
à redução da incidência da diabetes tipo 2 e a um possível potencial antibacteriano,
antiviral e antihipertensivo. Os polifenóis
existentes no café previnem câncer de cólon e bexiga, e mal de Parkinson. E
seus princípios ativos diminuem o LDL (colesterol ruim). O café é a fonte mais
rica em cafeína. Após a ingestão
oral a cafeína presente no café é rapidamente eliminada com meia-vida de quatro
a seis horas. O café está associado à diminuição da gordura corporal pelo seu
efeito termogênico. A sua ingestão em doses
moderadas produz ótimo rendimento físico e intelectual, aumento da capacidade
de concentração, mantém o indivíduo alerta, melhora as funções cognitivas (memória, linguagem, capacidade de aprendizado) e está relacionado à prevenção
do Mal de Alzheimer e a melhora na circulação. Além de todos esses benefícios
um estudo realizado na Universidade de Havard (Estados Unidos) e na Universidade
Sydney (Austrália) constatou que a bebida ajuda a prevenir o câncer de
próstata. O consumo moderado de café está estimado em 4-5 xícaras por dia.
Malefícios
Doses elevadas de café (acima de 600mg/dia) podem causar
diversos problemas à saúde, dentre eles podemos citar ansiedade, nervosismo,
tremores musculares, taquiacardia, zumbido, gastrite, insônia, confusão mental,
etc. O excesso de cafeína pode causar ressecamento da mucosa do trato vocal,
refluxo gastroesofágico, irritações laríngeas e alterações na qualidade vocal. Por
ativar o sistema de alerta, a cafeína também pode diminuir a qualidade do sono,
aumentando o número de despertares durante a noite. Não se deve consumir café após o almoço, pois a cafeína compete com
a vitamina C e o ferro, podendo anular a absorção desses nutrientes. Estudos indicam que o consumo de mais de quatro
xícaras de café/dia por gestantes pode estar associado a bebês de baixo peso,
além de afetar o sistema respiratório do feto. Isso porque, acredita-se que a
cafeína atravessa facilmente a barreira placentária, chegando até o bebê. É
Importante ressaltar que a suspensão súbita de cafeína, mesmo que em doses
moderadas pode levar à abstinência, causando naúseas, vômitos, dor de cabeça e
diminuição da concentração. A cafeína presente no café também é diurética, o
seu consumo em repouso acarretará uma produção maior de urina.
Volto a repetir, o segredo para
se manter saudável é o EQUILÍBRIO.
Andressa Burgos
Referências Bibliográficas:
MOURA, Gabriella S. ; MENDES, Síntia P.; BRASILEIRO, Marislei E. Benefícios e Malefícios relacionados ao Café: Revisão de Literatura. Revista Eletrônica de Enfermagem
do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line] 2010 jan-jul1(1): 1-15.
Disponível
em:
<http://www.ceen.com.br/revista eletrônica> .
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